O conceito do Fail Fast e suas contribuições para uma ideia

O Fail Fast (ou “Fracasse Rápido” no português literal) é uma filosofia que valoriza a constante experimentação dos projetos em busca de ideias que possuam valor real. O principal foco desse conceito é a diminuição da perda de investimento financeiro e de tempo, uma vez que se detecta rápido os pontos que podem levar ao fracasso e se inicia uma nova bateria de ideias. Ao ato de interromper um projeto em andamento e escolher outro direcionamento chamamos de pivotagem.

 

A ideia do Fail Fast é defendida por Eric Ries em seu livro Startup Enxuta e vem sendo aplicada em diversos ramos da economia, principalmente na área tecnológica. No geral a filosofia é muito bem aceita por empresas que queiram entregar projetos de forma incremental, ou seja, não disponibilizar no mercado um produto 100% finalizado, mas sim seu MVP (produto mínimo viável) passível de ajustes e melhorias até alcançar sua versão final.

 

Um dos objetivos mais importantes do Fail Fast é evitar o que conhecemos como Sunk Cost Effect (Efeito do Custo Irrecuperável), teoria que aborda as consequências da tendência humana em evitar o fracasso e, justamente por isso, continuar investindo em uma ideia que claramente não está funcionando. A filosofia do Fail Fast busca desmistificar esse conceito de fracasso que temos intrínseco e designar a ele a conotação de aprendizado, enfatizando que o conhecimento adquirido de uma tentativa frustrada aumenta consideravelmente a probabilidade de sucesso em um projeto futuro.

 

A conotação que se dá à palavra “fracasso” na cultura ocidental é tão forte que, por vezes, compromete a aplicação do próprio conceito. Alguns dos críticos da Startup Enxuta defendem que a filosofia do Fail Fast em si é impecável porém salientam que a escolha do nome não foi sensata. Por esse motivo não é incomum encontrar referências como Fail Fast, Succeed Faster (Fracasse rápido, seja bem sucedido mais rápido ainda); Fail Early (Fracasse cedo); Fail Best (Fracasse Melhor); Test Early (Teste Cedo); Fail Cheaply (Fracasse mais barato).

 

 

A FILOSOFIA FAIL FAST NO AMBIENTE DE TRABALHO

 

Há algum tempo uma frase dita por Ed Catmull (presidente da Pixar e Disney Animations Studios) ficou famosa. Ele disse: “No início todos os nossos filmes são um fracasso” – e garantiu que não estava sendo modesto e muito menos crítico. Sua intenção com essa afirmação era apenas salientar o quanto novas ideias raramente são perfeitas e que são das falhas que saem novas ideias para grandes projetos.

 

No universo da tecnologia o conceito Fail Fast já é aplicado há mais tempo e se aproxima muito daquilo que conhecemos como inovação. O grande problema que o mercado encontra para instaurar a filosofia entre seus colaboradores é justamente as diferentes conotações que o fracasso possui.

 

Para Ed Catmull, basicamente, ele pode ser encarado de duas maneiras distintas: a primeira, mais racional, trazendo o caráter de aprendizado e melhoria constante e, a segunda, aquela conotação que foi aprendida socialmente onde o fracasso está diretamente ligado ao fato de que o indivíduo fez algo errado e por isso deve ser repreendido. É uma tendência básica do ser humano levar o seu pensamento para o lado negativo.

 

Quando questionado sobre qual caminho os líderes devem seguir com a finalidade de mudar essa regra Catmull afirmou que é necessária a instauração de um ambiente livre de repressões onde fique claro aos envolvidos que o fracasso não é algo ruim, mas sim, algo que aproxima a todos de uma nova e melhor oportunidade de sucesso:

 

“Se você for capaz de ao menos perceber academicamente que ‘fracasso’ pode significar duas coisas diferentes então você já percebeu que o fracasso é uma consequência necessária para se criar algo novo”, disse.

 

 

Partes desse texto foram adaptados de SerachCIO.